domingo, 21 de outubro de 2012

Levar uma coisinha…


Uma boa mãe que trabalha fora pode levar uma coisinha para seu filho para demonstrar que pensou nele mesmo quando não estavam juntos, certo? Errado. Muito errado. Isso vai totalmente contra tudo o que eu sempre pensei ser um ideal de criação de filhos: ensiná-los a dar mais valor ao “ser” do que ao “ter”, e não tentar substituir a presença por presentes.
Pois é, uma vez li uma citação de alguém (não lembro mais quem) que dizia: “Eu sabia tudo sobre filhos até ter um.” E é exatamente isso que acontece. Quando você tem seu próprio filho, aquela pessoa que você ama incondicionalmente, não é tão fácil ser imparcial e fazer sempre o correto. E, às vezes, nos deslumbramos e achamos que estamos agindo da maneira certa. Isso aconteceu comigo.
Um dia, quando estava no trabalho, pensei em usar meu tempo de intervalo para ir comprar alguma coisinha para levar para o meu filho e comentei com minhas amigas. Uma delas, a Cláudia (que é a pessoa mais pé no chão que eu conheço, e quem eu adoro e admiro muito por me apresentar doses de realidade no meu mundo de fantasias) comentou que hoje em dia as crianças não dão mais tanto valor às datas especiais como o Natal, por exemplo, porque vivem ganhando coisinhas. Para mim, foi uma realização. Percebi que estava realmente indo pelo lado errado sem me dar conta e, a partir daquele dia, passei a agir de modo diferente: claro que ainda levo uma coisinha para ele ocasionalmente (não sou de ferro), mas agora sempre analiso o propósito e a necessidade daquilo.
Apesar de ser muito bom, não é fácil ser mãe...
Temos vontade de dar o mundo aos nossos filhos, mas devemos nos perguntar se é disso que eles realmente precisam e se são esses os valores que queremos passar para eles, porque a maneira como agimos agora influenciará muito a formação de seu caráter no futuro.