Uma
boa mãe que trabalha fora pode levar uma coisinha para seu filho para
demonstrar que pensou nele mesmo quando não estavam juntos, certo? Errado.
Muito errado. Isso vai totalmente contra tudo o que eu sempre pensei ser um
ideal de criação de filhos: ensiná-los a dar mais valor ao “ser” do que ao “ter”,
e não tentar substituir a presença por presentes.
Pois
é, uma vez li uma citação de alguém (não lembro mais quem) que dizia: “Eu sabia
tudo sobre filhos até ter um.” E é exatamente isso que acontece. Quando você
tem seu próprio filho, aquela pessoa que você ama incondicionalmente, não é tão
fácil ser imparcial e fazer sempre o correto. E, às vezes, nos deslumbramos e
achamos que estamos agindo da maneira certa. Isso aconteceu comigo.
Um
dia, quando estava no trabalho, pensei em usar meu tempo de intervalo para ir
comprar alguma coisinha para levar para o meu filho e comentei com minhas
amigas. Uma delas, a Cláudia (que é a pessoa mais pé no chão que eu conheço, e
quem eu adoro e admiro muito por me apresentar doses de realidade no meu mundo
de fantasias) comentou que hoje em dia as crianças não dão mais tanto valor às
datas especiais como o Natal, por exemplo, porque vivem ganhando coisinhas.
Para mim, foi uma realização. Percebi que estava realmente indo pelo lado
errado sem me dar conta e, a partir daquele dia, passei a agir de modo
diferente: claro que ainda levo uma coisinha para ele ocasionalmente (não sou
de ferro), mas agora sempre analiso o propósito e a necessidade daquilo.
Apesar
de ser muito bom, não é fácil ser mãe...
Temos
vontade de dar o mundo aos nossos filhos, mas devemos nos perguntar se é disso
que eles realmente precisam e se são esses os valores que queremos passar para
eles, porque a maneira como agimos agora influenciará muito a formação de seu
caráter no futuro.